Perdoai-me, meus amigos,...
Rio de Janeiro , 2004
Perdoai-me, meus amigos, a minha súbita vontade de chorar em vosso mágico convívio Eu tenho vontade de chorar sobre a minha súbita inocência. Tenho também...
Pescador
Rio de Janeiro , 1946
Pescador, onde vais pescar esta noitada: Nas Pedras Brancas ou na ponte da praia do Barão? Está tão perto que eu não te vejo pescador, apenas ...
Poema de Ano-Novo
Rio de Janeiro , 2004
É preciso que nos encontremos diante do amor como as árvores fêmeas cuja raiz é a mesma e se perde na terra profana É preciso... a tristeza está no fundo...
Poema na morte de meu compadre Carlos Echenique
Rio de Janeiro , 2004
Compadre Você morreu Você morreu de sua morte simples e dolorosa Sonda na barriga (Minha comadre que me perdoe de lembrar essas coisas) Vômitos, e...
Poesia 1
Rio de Janeiro , 1979
Elegia desesperada Oxford Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra - alguém! alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto...
Poética ( II )
Rio de Janeiro , 1962
Com as lágrimas do tempo E a cal do meu dia Eu fiz o cimento Da minha poesia. E na perspectiva Da vida futura Ergui em carne viva Sua...
Retrato, à sua maneira
rio de Janeiro , 1954
Magro entre pedras Calcárias possível Pergaminho para A anotação gráfica O grafito Grave Nariz poema o Fêmur fraterno Radiografável a ...
São Francisco
Rio de Janeiro , 1970
Lá vai São Francisco Pelo caminho De pé descalço Tão pobrezinho Dormindo à noite Junto ao moinho Bebendo a...
Saudade de Manuel Bandeira
Rio de Janeiro , 1946
Não foste apenas um segredo De poesia e de emoção Foste uma estrela em meu degredo Poeta, pai! áspero irmão. Não me...
Soneto a Pablo Neruda
Rio de Janeiro , 1957
Quantos caminhos não fizemos juntos Neruda, meu irmão, meu companheiro... Mas este encontro súbito, entre muitos Não foi ele o mais belo e verdadeiro? Canto maior,...
Soneto ao inverno
Londres , 1939
Inverno, doce inverno das manhãs Translúcidas, tardias e distantes Propício ao sentimento das irmãs E ao mistério da carne das amantes: ...
Soneto de criação
Rio de Janeiro , 2004
Rio de Janeiro Deus te fez numa fôrma pequenina De uma argila bem doce e bem morena Deu-te uns olhos minúsculos de china Que parecem ter sempre um olhar de...
Soneto de maio
Rio de Janeiro , 1957
Suavemente Maio se insinua Por entre os véus de Abril, o mês cruel E lava o ar de anil, alegra a rua Alumbra os astros e aproxima o céu. Até a lua, a casta e branca...
Soneto na morte de José Arthur da Frota Moreira
Rio de Janeiro , 2004
Cantamos ao nascer o mesmo canto De alegria, de súplica e de horror E a mulher nos surgiu no mesmo encanto Na mesma dúvida e na mesma dor. Criamos toda a...
Soneto no sessentenário de Rafael Alberti
Rio de Janeiro , 1957
A luminosa lágrima que verte Hoje de ti saudosa a tua Espanha Quero bebê-la em forma de champanha Na mesma taça em que bebeste, Alberti. E brindaremos para que desperte...
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