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Poética ( II )

Rio de Janeiro , 1962

Com as lágrimas do tempo 
E a cal do meu dia 
Eu fiz o cimento 
Da minha poesia. 

E na perspectiva 
Da vida futura 
Ergui em carne viva 
Sua arquitetura. 

Não sei bem se é casa 
Se é torre ou se é templo: 
(Um templo sem Deus.) 

Mas é grande e clara 
Pertence ao seu tempo 
- Entrai, irmãos meus!