• 1980

    Mesmo passando por dificuldades com sua saúde, lança, com Toquinho, pela gravadora Ariola, seu derradeiro disco, Um pouco de ilusão.

    Morre de edema pulmonar no dia 9 de julho em sua casa na Gávea, ao lado de seu parceiro Toquinho e de Gilda Mattoso.

  • 1979

    • Vinicius e Toquinho comemoram sua bem sucedida parceria com o disco 10 anos de Toquinho e Vinicius (Philips).

      A convite do então líder sindical do ABC paulista, Luís Inácio Lula da Silva, lê, em uma assembleia, seus poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Dentre os poemas, uma aclamada récita de “O operário em construção”.
    • Voltando de uma viagem à Europa, sofre um derrame decorrente de suas diabetes e perde os originais do seu nunca terminado e acalentado livro Roteiro lírico e sentimental da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
  • 1978

    São lançados os livros O falso mendigo, poemas de Vinicius de Moraes, edição numerada de 200 exemplares com xilogravuras de Luis Ventura, feita pela editora Fontana; e Amor total, livro dedicado a um soneto famoso do autor, editado pela Record.

    É lançado o filme-documentário Vinicius, um rapaz de família, dirigido pela sua filha Susana Moraes.

    Passa a viver com Gilda de Queirós Mattoso, sua última mulher.

  • 1977

    • Participa, ao lado de Tom Jobim, Miúcha e Toquinho, do marcante show Tom, Vinicius, Toquinho e Miúcha, um sucesso que ficou sete meses em cartaz na casa de shows carioca Canecão. O disco, lançado pela Philips no mesmo ano, torna-se fundamental na música popular brasileira. O show ainda tem breves excursões para São Paulo e para outros países.
    • Faz com Toquinho e Maria Creusa uma turnê europeia, com shows na Itália e na França, além de shows na Inglaterra.

      É lançado pela Philips o disco Antologia poética, com poemas de Vinicius.
  • 1976

    Em um ano sem trabalhos com Toquinho, faz, com o antigo parceiro Edu Lobo, a trilha sonora do musical Deus lhe pague.

    Passa a viver com Marta Rodrigues Santamaria e se divide entre Rio de Janeiro e Buenos Aires.

  • 1975

    • Entre excursões europeias, com uma série de shows, grava dois discos com Toquinho na Itália: Toquinho, Vinicius de Moraes e Ornella Vanoni e O Poeta e o Violão (RGE). Grava também mais um álbum da dupla, novamente intitulado Vinicius e Toquinho (Philips).
    • Em uma de suas temporadas em Buenos Aires, encontra o poeta Ferreira Gullar, exilado por conta da ditadura militar brasileira. Presente em uma leitura do Poema Sujo de Gullar, na casa do também exilado Augusto Boal, Vinicius grava e divulga posteriormente no Brasil para várias plateias a fita cassete com o texto e a voz do poeta maranhense. No ano seguinte, Ênio Silveira publica o poema na íntegra pela Editora Civilização Brasileira.
  • 1974

    • Vinicius e Toquinho trabalham em mais uma (e derradeira) trilha sonora para novela. Dessa vez é Fogo sobre terra (Som Livre), novamente da Rede Globo de Televisão. Ainda lançam Vinicius e Toquinho (Philips) e Toquinho, Vinicius & amigos (RGE).

      Viaja com seu vizinho e amigo Calazans Neto para Londres. Depois, segue para breve temporada na Itália.
    • Publica em edição artesanal pelas Edições Macunaíma, de Calazans Neto, História Natural de Pablo Neruda – A elegia que vem de longe.

      É lançada a segunda edição de sua Poesia completa e prosa.

      Na Bahia, é montada pela primeira vez a tragédia Chacina em Barros Filho, escrita por Vinicius há dez anos. Dirigida por Álvaro Guimarães, é adaptada com o título de As feras.
  • 1973

    Vinicius e Toquinho fazem a trilha sonora da novela O Bem Amado (Som Livre), da Rede Globo de Televisão.

  • 1972

    • Novamente um ano ocupado por shows e gravações no Brasil e em outros países. Com Toquinho, lança São demais os perigos dessa vida. A dupla também lança, ainda com Maria Creusa, o álbum Eu sei que vou te amar, versão brasileira do show do trio, feito no ano anterior, na boate argentina La Fusa (RGE). Com Maria Medalha, lança o disco Marília e Vinicius – encontros e desencontros (RGE).
    • Trabalha em duas trilhas sonoras: faz com Toquinho Vinicius canta “Nossa Filha Gabriela”, trilha de uma novela da Tupi (Polydor) e faz sozinho as versões da adaptação brasileira do musical Jesus Cristo Superstar (Mercury).

      Ao lado de Toquinho e Clara Nunes, apresentam o show O Poeta, a moça e o violão, no Teatro Castro Alves, em Salvador.
    • Através de Gesse Gessy, se aproxima cada vez mais do candomblé baiano. Além de incorporar no seu visual cotidiano o branco e as guias de Orixás, compõe com toquinho “Tatamirô”, canção dedicada a Mãe Menininha do Gantois.

      Publica a “Balada de Santa Luzia” no Suplemento Dominical do Estado de São Paulo. O poema é dedicado a Alfredo Volpi.
  • 1971

    • Com intensa agenda de shows ao lado de Toquinho e outras cantoras, são lançados, no mesmo ano, vários discos com Vinicius. O primeiro é Como dizia o poeta, com Maria Medalha e Toquinho (RGE), baseado no show de grande sucesso no ano anterior.
    • Ainda foram lançados nesse ano Toquinho e Vinicius (RGE), Vinicius + Bethânia + Toquinho (Inter records), e o italiano Per vivere un grande amore, também com Toquinho (Foint-Cetra). Já no início da parceira, a dupla alcança o sucesso popular com a música “Tarde em Itapuã”.
    • Passa uma temporada ao lado de Toquinho entre Buenos Aires e Mar del Plata. A dupla recebe para participar dos shows nessas cidades, nomes como Maria Bethânia, Chico Buarque e Maria Creusa.
  • 1970

    • Nasce Maria, quinta filha de Vinicius.

      Inicia longa e frutífera parceira de canções, discos e shows com Toquinho. A primeira canção que compõe juntos é “Como dizia o poeta”. Ela é apresentada em setembro, em show feito no Teatro Castro Alves.
    • Um de seus primeiros shows com Toquinho é em Buenos Aires, ao lado da cantora Maria Creuza. A gravação do show é lançada pela Diorama, no disco Vinicius de Moraes en La Fusa con Maria Creuza e Toquinho. O disco ainda não traz nenhuma parceira entre os dois.
    • Ao lado de Marília Medalha e do Trio Mocotó, Vinicius e Toquinho percorrem trinta cidades no Brasil em quarenta e cinco dias, tocando basicamente para o público universitário. O show é um sucesso entre os jovens na época.
    • Lança, pela Editora Sabiá, sua coletânea de poemas infantis A arca de Nóe.

      Ao lado de sua nova esposa, Gesse Gessy, muda-se para Itapuã, na Bahia, para uma longa temporada na cidade de Salvador.
  • 1969

    • Após um ordem direta do Presidente Arthur Costa Silva, Vinicius é exonerado do Itamaraty em meio a um expurgo oficial de funcionários não alinhados com o governo ditatorial do período.

      Vive uma intensa agenda de shows que levaram Vinicius a Salvador, Buenos Aires, Montevidéu e Lisboa. Também na cidade portuguesa, realiza e grava ao vivo na Livraria Quadrante um recital de poesia. O mesmo torna-se, no ano seguinte, um disco lançado pelo selo Festa.
    • Ainda em Lisboa, faz um show ao lado da fadista Amália Rodrigues. O show é lançado posteriormente em disco, intitulado Amália e Vinicius.
    • Na Itália, encontra seu amigo e parceiro Chico Buarque, auto-exilado do Brasil por conta da ditadura militar. Na ocasião, grava com seu amigo e tradutor, o poeta octogenário Giuseppe Ungaretti, e com o cantor Sergio Endrigo, o célebre disco La vita, amico, è l’arte dell’incontro. Com arranjos de Luis Bacalov, o disco já traz, em um dos violões, Toquinho, futuro parceiro de Vinicius e amigo de Chico Buarque. É através de Chico, quem Toquinho acompanha profissionalmente no período de Roma, que dupla se conhece.
    • Passa a viver com Christina Gurjão, com quem já tinha relação desde 1968.
  • 1968

    • No ano em que o Brasil conhece o início do momento mais obscuro da ditadura militar, Vinicius perde no dia 25 de fevereiro sua mãe, Lydia de Moraes.

      Em dezembro, mês da instauração do Ato Institucional nº 5, realiza, ao lado de Baden Powell e da cantora Márcia, uma série de shows em Portugal. No dia 13, data da publicação do Ato, Vinicius faz no palco, como forma de protesto, uma leitura de seu poema “Pátria minha”.
    • É publicada pela Companhia José Aguillar a primeira edição de sua Obra Poética. O trabalho de organização fica a cargo do crítico literário Afrânio Coutinho.

      Publica também, com seu filho Pedro, o livro de poemas e fotos O Mergulhador.

      Na Itália, Giuseppe Ungaretti traduz alguns de seus poemas.
  • 1967

    • Devido a um pedido seu, aprofunda sua histórica ligação com Minas Gerais após ser posto, pelo Itamaraty, à disposição do Governo de Minas Gerais e da Fundação Ouro Preto (na época dirigida pelo escritor Murilo Rubião) para estudar a realização anual de um Festival de Arte. Passa a frequentar intensamente a cidade histórica, entre casas de amigos e bares da noite mineira.

      Ainda ligado a Festivais, participa como jurado no I Festival de Música Jovem da Bahia.
    • Depois de uma produção e filmagens com intensa participação de Vinicius ao longo dos dois anos anteriores, é lançado o filme Garota de Ipanema, dirigido por Leon Hirszman e com a jovem atriz Márcia Rodrigues no cobiçado papel da garota mais famosa da música brasileira. O filme, ao contrário da canção que o inspirou, não obteve grande sucesso. Sua trilha sonora, lançada em disco pela Philips, é composta basicamente por músicas de Vinicius e parceiros, de Tom Jobim e de Chico Buarque.
    • É lançado pela gravadora Elenco um disco solo do compositor e cantor, intitulado apenas Vinicius. Seu repertório é quase todo dedicado às suas parcerias com Baden Powell.

      São lançados pela editora Sabiá a 6º edição de sua Antologia poética e a 2º edição (ampliada) de seu Livro de sonetos.
    • A convite de Ricardo Cravo Albin, então diretor do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro, presta no dia 12 de junho o seu “Depoimento para a posteridade”. A mesa de entrevistadores é formada pelos amigos Lúcio Rangel, Otto Lara Resende e Alex Viany.
  • 1966

    • É lançado pela gravadora Forma os Afrosambas, disco de Vinicius e Baden Powell. Reunindo músicas que vinham sendo feitas nos últimos anos, a dupla cria um marco na música popular brasileira pela sua fusão entre o violão de Baden, as letras de Vinicius e os ritmos e temas do Candomblé baiano.
    • No mesmo ano, a dupla Vinicius e Baden conquista sucesso internacional pela versão do “Samba da benção”, feita pelo ator francês Pierre Barrouh no filme Um homem e Uma mulher, de Claude Lelouch. O filme vence o Festival de Cannes com o próprio Vinicius presente com membro do Jurí.

      Vinicius torna-se personagem de documentários para as televisões americana, alemã, francesa e italiana. Pierre Kast é o responsável pelo documentário francês, e Gianni Amico pelo documentário italiano.
    • Participa, ao lado de Gilberto Gil e Maria Bethânia, do show Pois é, com roteiro de Torquato Neto, Caetano Veloso e José Carlos Capinam, produção de Susana Moraes e direção geral de Nelson Xavier. Vinicius, profético, se alia ao grupo de jovens que um ano depois proclamaria a Tropicália como transformação musical e cultura no Brasil.

      Publica pela Editora do Autor Para uma menina com um flor, livro em que reúne crônicas publicadas em jornais entre 1941 e 1966.
  • 1965

    • Inaugurando a era dos Festivais na música brasileira, “Arrastão”, canção composta com seu jovem parceiro Edu Lobo e interpretada por uma bombástica Elis Regina, é eleita a melhor música do I Festival Nacional de Música Popular Brasileira da TV Excelsior.

      Vinícius também leva o segundo prêmio com “Valsa do amor que não vem”, composta com Baden Powell e interpretada por Elizeth Cardoso.
    • Passa parte do ano em Paris para escrever o roteiro de Arrastão, um longa-metragem com produção francesa. O poeta é convidado a realizar uma adaptação de Tristão e Isolda para uma vila de pescadores no Brasil. Por desavenças com a produção, Vinicius se retira – e retira também suas músicas – do projeto.

      Ainda ligado ao cinema, Vinicius começa a trabalhar com o jovem diretor Leon Hirszman no roteiro do filme Garota de Ipanema. O diretor e roteirista Eduardo Coutinho se junta posteriormente à dupla na tarefa.
    • Promovido pela Prefeitura de São Paulo ocorre no Teatro Municipal da cidade o espetáculo Vinicius: poesia e canção, todo dedicado à obra do poeta. Apesar de resistências pela homenagem a um “músico popular”, a orquestra do teatro acompanha Vinicius (que também recita poemas), além de Baden Powell, Carlos Lyra, Cyro Monteiro, Edu Lobo, Francis Hime, entre outros. O disco é lançado no ano seguinte pela gravadora Forma.
    • Consequência da temporada que Baden Powell passa em Paris junto a Vinicius, a dupla oferece oito músicas para o amigo Ciro Monteiro gravar. O disco é lançado pela Elenco com o título De Vinicius e Baden especialmente para Ciro Monteiro.
    • Lança, em edição do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura, o texto da peça Cordélia e o Peregrino

      Muda-se para o Jardim Botânico, bairro em que nasceu (na época toda a região ainda era chamada de Gávea), e mora em uma pequena cobertura com vista para o mar e a floresta, na Rua Diamantina, número 20.
  • 1964

    • Regressa ao Brasil depois do golpe militar de 31 de março. Volta a exercer regularmente o jornalismo ao assinar crônicas semanais para a revista Fatos e Fotos e textos sobre música popular para o Diário Carioca.
    • Ao abraçar definitivamente a vida de cantor – e se afastar cada vez mais da carreira diplomática – Vinicius participa do famoso show na boate Zum Zum, em Copacabana, ao lado de Dorival Caymmi, Oscar Castro Neves e as inéditas irmãs do Quarteto em Cy. Dirigido por Aloysio de Oliveira, o show fica em cartaz por cinco meses e vira disco pela gravadora Elenco.
    • Termina a tragédia Chacina em Barros Filho. O texto ganha um prêmio em concurso promovido pelo Instituto Nacional de Teatro. Tenta montá-lo na época, mas não consegue.

      Começa a planejar a publicação de seu livro Roteiro lírico e sentimental da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde nasceu, vive em trânsito e morre de amor o poeta Vinicius Moraes. Assina um contrato de publicação com a Editora Cultrix, mas o livro não é realizado e torna-se póstumo.
  • 1963

    • Em uma temporada na casa de Lúcia Proença, em Petrópolis (projetada por Oscar Niemeyer), continua a expandir seus parceiros, dessa vez com a novíssima geração de músicos do período. Faz, com Edu Lobo, uma série de canções bem sucedidas como “Arrastão” e “Zambi”. Compõe também com os jovens Francis Hime (de quem continuaria parceiro ao longo da vida) e Jards Macalé.
    • Seu amigo Aloysio de Oliveira funda a Elenco, nova gravadora dedicada aos músicos ao redor da Bossa Nova. A convite de Aloysio, Vinicius lança suas primeiras gravações como intérprete de suas músicas. O disco é dividido com a atriz e cantora Odete Lara.
    • Compõe com Carlos Lyra o “Hino da UNE”, lançado em compacto pelo Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Afinado com o clima político que agitava o país, lê em São Paulo para um Teatro Paramount lotado o seu poema “O operário em construção”.
    • Com sua nova esposa, Nelita de Abreu Rocha, viaja para França e assume, em Paris, um posto na delegação do Brasil na UNESCO.
  • 1962

    • Em um período intenso de sua vida artística, conhece e começa a compor com Baden Powell. Após três meses morando – e bebendo – juntos no Parque Guinle, produzem um dos cancioneiros mais definitivos da música popular brasileira. Desse encontro, cujas canções serão lançadas aos poucos durante os anos seguintes, surgem todos os Afrosambas da dupla, cujo disco só é gravado quatro anos depois.
    • Conhece e torna-se parceiro de seu grande ídolo, Alfredo Pixinguinha, por ocasião da trilha sonora de Sol sob a lama, filme de Alex Viany.

      Torna-se, também, parceiro de Ary Barroso, outro grande nome da música popular brasileira. O poeta seria um dos últimos parceiros de Ary, que falece dois anos depois.
    • Assumindo de vez o lugar de protagonista nos palcos da música popular, Vinicius participa, ao lado de Tom Jobim no piano, João Gilberto no violão, Otavio Bailly no contrabaixo, Milton Banana na bateria e Os Cariocas nos vocais, d’O Encontro, show definitivo da Bossa Nova. Com estreia em agosto, na boate Au Bon Gourmet, foi dirigido por Aloysio de Oliveira. O público que compareceu a boate em Copacabana ouviu, em primeira mão mundial, clássicos absolutos como “Samba da Benção” e “O astronauta” (de Baden e Vinicius) e a clássica “Garota de Ipanema” (de Tom e Vinicius).
    • Também no Au Bon Gourmet, apresenta com Carlos Lyra e uma quase inédita Nara Leão, o musical Pobre Menina Rica. O show é composto apenas por canções da recente parceria entre Vinicius e Lyra.
    • Lança pela Editora do Autor o livro Para viver um grande amor. É o primeiro em que Vinicius reúne crônicas ao lado de poemas.

      Lança também, em parceria com Gláucio Gil e Adolpho Bloch o texto teatral Procura-se uma rosa.
  • 1961

    Inicia novas parcerias ao começar a compor com o jovem Carlos Lyra.

    Publica pela Nuova Academia Editrice, em Milão, a tradução italiana de Orfeu Negro, feita por P. A. Jannini.

    É lançado o disco Brasília – Sinfonia da Alvorada, feito em parceria com Tom Jobim.

  • 1960

    • Em meio à explosão da Bossa Nova que começava no Brasil, retorna definitivamente do Uruguai para servir na Secretaria de Relações Exteriores e tem um ano dedicado aos lançamentos literários.

      Publica, pela Editora do Autor (dos seus amigos Fernando Sabino e Ruben Braga), a segunda edição da sua Antologia poética, com acréscimo e revisões de poemas.
    • Na França, novamente com tradução de Jean-George Rueff, publica em edição da Seghers, dentro da coleção Autour du Monde, o livro Recette de femme et autres poèmes.

      Lança, pela Editora Livraria São José, uma edição popular com o texto na íntegra do seu Orfeu da Conceição.
    • Participa pela primeira vez de um disco como cantor. Foi no LP Bossa Nova mesmo, coletânea organizada por Aloysio de Oliveira com nomes do primeiro momento do movimento musical. Vinicius estreia cantando “Pela luz dos olhos teus”, composição exclusivamente sua.
    • A convite do Presidente Juscelino Kubitscheck, viaja em abril para Brasília, ao lado de Tom Jobim, a fim de compor a sinfonia para a nova capital brasileira. Após dez dias instalados no “Catetinho”, primeira sede do governo federal na nova cidade, e usufruindo da convivência com Oscar Niemeyer e com os candangos (operários da construção da cidade), concluem sua “Sinfonia da Alvorada”. A obra é gravada em novembro. A temporada em Brasília ainda rende para a dupla a canção “Água de Beber”.
  • 1959

    • Seguem os lançamentos discográficos com as composições de Vinicius e Tom. João Gilberto, que batiza seu próprio disco de estreia de Chega de Saudade, apresenta uma interpretação inovadora e transforma a canção da dupla em uma das mais importantes da história brasileira. Após esse disco, que ainda contava com “Brigas, nunca mais”, outra composição dos dois, os três nomes serão sempre lembrados como os fundadores da Bossa Nova. A cantora Lenita Bruno contribui para a fama ao gravar o LP Por toda minha vida, apenas com canções da dupla Vinicius e Tom.
    • Apesar de não ter gostado do resultado final da produção de Sacha Gordine, o filme Orfeu Negro, dirigido por Marcel Camus, e roteirizado, a partir do roteiro original de Vinicius, pelo diretor e por Jacques Viot, ganha dois grandes prêmios: a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

      Sem interromper sua produção literária, lança o livro Novos poemas II (1949-1956) pela editora Livraria São José.
    • Casamento de sua filha Susana Moraes.
  • 1958

    • Sofre um grave acidente de automóvel em Petrópolis, porém sem maiores consequências.
    • A música invade definitivamente a vida do poeta a partir do lançamento do disco Canção do amor demais, em que Elizeth Cardoso canta treze músicas da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Na gravação de uma faixa em especial, “Chega de Saudade”, a cantora é acompanhada pelo violão revolucionário de João Gilberto. Sua batida, somada à composição da dupla, apresentam a forma musical que fica mundialmente conhecida a partir de então por Bossa Nova.
    • Através de um amigo em comum, o pianista Bené Nunes, o presidente Juscelino Kubitscheck encomenda a Vinicius uma Sinfonia para inaugurar Brasília, a nova capital que era planejada e construída por dois amigos de longa data do poeta – os arquitetos Lúcio Cardoso e Oscar Niemeyer. Vinicius convida para o trabalho seu novo parceiro Tom Jobim, mas pela polêmica no país ao redor da construção e dos seus custos, a encomenda não vai adiante naquele momento.
    • Muda-se para Montevidéu com sua nova mulher, Maria Lúcia Proença.
  • 1957

    Passa o ano em Paris, divido entre os afazeres da Diplomacia na UNESCO e a música popular. No final do ano é transferido para a Embaixada Brasileira no Uruguai e passa um breve período no Brasil até seguir para Montevidéu.

    Publica a primeira edição do seu Livro de sonetos pela editora carioca Livros de Portugal.

  • 1956

    • No ano em que nasce sua quarta filha, Luciana, consegue uma licença-prêmio do Itamaraty e retorna ao Brasil por breve período para encenar sua peça Orfeu da Conceição. No mesmo período, Sacha Gordine fica em Paris produzindo o filme que resultaria no premiado Orfeu Negro.
    • No Rio de Janeiro, Vinicius arregimenta os integrantes do espetáculo que marcará uma época. Através de seu amigo e crítico de música Lúcio Rangel conhece, no bar Vilarinho, o então jovem Antonio Carlos Jobim. É o encontro não só de seu parceiro musical para a peça, como de seu parceiro para fundar nos anos seguintes a Bossa Nova. Em quinze dias, fazem praticamente toda a trilha do espetáculo, como “Lamento do morro” e “Se todos fossem iguais a você”.
    • No dia 25 de setembro, Orfeu da Conceição estreia no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para uma curtíssima temporada de seis dias. A peça se torna sucesso imediato e agrupa uma série de grandes artistas – e alguns amigos de Vinicius. Junto as suas músicas com Tom Jobim, Carlos Scliar e Djanira são responsáveis pelos cartazes e pelo programa, Oscar Niemeyer é o responsável pelo cenário, Leo Justi pela direção da peça que trazia atores como Haroldo Costa, Cyro Monteiro e Abdias Nascimento.
    • É lançado o disco com os temas da peça, com arranjos e regência de Tom Jobim, violões de Luiz Bonfá, voz de Roberto Paiva e capa do artista Raimundo Nogueira. É a primeira vez que as músicas da nova dupla de compositores ganha gravações.

      Publica na edição inaugural do quinzenário de esquerda Paratodos, dirigido na época por Jorge Amado, o poema “O operário em construção”. No fim do ano, retorna a Paris.
  • 1955

    • Através de Mary Manson, diretora da Cinemateca francesa, conhece o produtor Sacha Gordine. Juntos desenvolvem o projeto de realizar um filme a partir de sua peça Orfeu da Conceição. Vinicius desenvolve o roteiro e viaja com o produtor ao Brasil para levantar financiamento, mas retornam a França sem sucesso. No mesmo ano, porém, já se iniciam os planos para a apresentação da peça no seu formato original, isto é, o teatro.
    • Durante esse período, encontra em Paris o maestro e compositor erudito Claudio Santoro e compõe com ele ao longo dos anos seguinte treze canções de câmara.

      Publica dois artigos na Revista da Música Popular, dirigida por Lúcio Rangel: “Mestre Ismael Silva”, um perfil biográfico do sambista carioca, e “Os independentes da Gávea”, breve e belo texto de memórias sobre um rancho carnavalesco que conheceu em sua juventude.
  • 1954

    É lançada no Brasil, pela editora A Noite, sua Antologia poética. O conjunto de poemas foi organizado pelo próprio autor, com ajuda de amigos como Manuel Bandeira.

    Sua peça Orfeu da Conceição é premiada no concurso de teatro do IV Centenário do Estado de São Paulo e publicada na revista Anhembi. Era o começo de um ciclo de trabalhos ao redor de Orfeu nos anos seguintes.

  • 1953

    • No ano em que nasce sua terceira filha, Georgiana, Vinicius passa a assinar o correio sentimental do semanário Flan, de Samuel Wainer. Dirigido por Joel Silveira, editado à cores e revolucionário na proposta, o semanário durou apenas nove meses em meio à intensa campanha de Carlos Lacerda contra o dono do jornal. O poeta assinava as colunas de sua seção intitulada “Abra o coração” como Helenice.
    • No mesmo Flan, cujos outros textos eram assinados por nomes como Otto Lara Resende, Hélio Peregrino, Dorival Caymmi e Nelson Rodrigues, Vinicius assina a coluna “Diz-que-discos”, sobre música popular.

      Ainda na imprensa, colabora com o jornal A Vanguarda, cujo editor-chefe é o seu amigo João Cabral de Melo Neto. Vinicius escreve crônicas sobre o Rio de Janeiro.
    • Em novembro é indicado para o posto de segundo-secretário na Embaixada do Brasil em Paris, cidade em que lançava, em edição francesa de Pierre Seghers, as Cinq elégies. Logo depois, passa a trabalhar na delegação brasileira junto a UNESCO, também na capital francesa.

      Ano em que compõe seu primeiro samba com música e letra de sua autoria, intitulado “Quando tu passas por mim”. A canção foi gravada por Aracy de Almeida.
  • 1952

    • Ano de muitas viagens ao redor de sua relação cada vez maior com o cinema. Sua amizade com Alberto Cavalcanti rende o convite para a realização do roteiro de seu próximo filme, sobre Aleijadinho. Com os primos Humberto e José Franceschi, viaja durante um mês pelas cidades históricas de Minas Gerais para registrar e fotografar a obra do artista mineiro.
    • É nomeado delegado do Brasil junto ao Festival de Punta del Este, no Uruguai, e realiza a cobertura jornalística para o Última Hora. Durante o evento, formula o projeto de um Festival de Cinema em São Paulo durante o ano de 1954.
    • Ao propor a realização do Festival de Cinema de São Paulo, é enviado pelos organizadores para a Europa, a fim de estudar a organização dos principais festivais do continente, como os de Cannes, Berlim, Locarno e Veneza. Nessas viagens, além de reencontrar velhos amigos dos tempos de Hollywood, aprofunda sua cultura universal nos museus – e bares – das cidades europeias, principalmente na Itália.
    • Durante sua temporada europeia, se instala em Estrasburgo e inicia com o poeta francês Jean-George Roueff a tradução de suas Cinco elegias. Será o primeiro trabalho de Vinicius rumo a mundialização de sua obra.
  • 1951

    Na sua volta ao Brasil, passa a viver com Lila Maria Esquerdo Bôscoli. Os dois mudam-se para o Arpoador.

    Volta a trabalhar em jornal, dessa vez no Última Hora, fundado por Samuel Wainer. Vinicius assina crônicas sobre temas variados e permanece durante um ano exercendo também a crítica de cinema.

    Suas amizades incorporam novos parceiros como o boêmio, cronista e letrista Antonio Maria e o diretor de cinema Alberto Cavalcanti.

  • 1950

    No ano da morte de seu pai, viaja até o México para visitar seu amigo e Cônsul-geral do Chile no país, Pablo Neruda. Foi um período em que Neruda, que se encontrava doente, lançava também no México o seu aclamado Canto geral. Ainda no país, conhece o pintor David Siqueiros e reencontra o amigo de juventude, e também pintor, Di Cavalcanti.

  • 1949

    Através da iniciativa de seu amigo e também funcionário do Itamaraty, João Cabral de Melo Neto, vê seu poema Pátria minha ganhar uma tiragem especial de cinquenta exemplares, feitos na prensa pessoal do poeta pernambucano. A prensa foi batizada por ele de O Livro Inconsútil.

  • 1947

    • Período em que mergulha no cinema e no Jazz norte-americanos. Por morar perto dos estúdios de Hollywood e frequentar assiduamente a casa de Carmem Miranda e Alex Vianny (crítico cinematográfico brasileiro que morava na mesma cidade durante o período), vive entre músicos, atores, cineastas, executivos e críticos de cinema.

      Faz um curso de cinema com Gregg Toland e Orson Welles, de quem se torna amigo pessoal.
    • Ainda no cinema, continua exercendo o ofício de crítico através dos dois exemplares da revista Film, feita com Alex Viany em Los Angeles. A revista é publicada no Brasil pela Bloch Editores.

      Viaja com frequência para cidades como New Orleans e Nova Iorque e aproxima-se dos músicos de Jazz brasileiros e norte-americanos, como Laurindo de Almeida e Jelly Roll Morton. Também torna-se amigo de Ahmet Ertegun, um dos grandes executivo das gravadoras de jazz da época.
  • 1946

    • Assume seu primeiro posto diplomático, como vice-cônsul em Los Angeles, Estados Unidos. Viaja em junho na companhia do amigo Fernando Sabino.

      Mora em Hollywood com Tati e os filhos Susana e Pedro. Já no primeiro ano de uma temporada que dura cinco anos sem retorno ao Brasil, Vinicius se aproxima dos músicos brasileiros que habitavam a América, como Carmem Miranda e seu Bando da Lua.
    • Publica, em edição de luxo e com vinte e duas ilustrações do amigo Carlos Leão, o livro Poemas, sonetos e baladas. O livro é feito pelas Edições Gavetas, de São Paulo. Em 1974, o crítico Afrânio Coutinho organiza a Poesia completa e Prosa de Vinicius para a editora Nova Aguilar e, com a concordância do autor, batiza o mesmo livro com o nome O encontro cotidiano.
  • 1945

    • O fim da Segunda Guerra Mundial e do Estado Novo de Getúlio Vargas é também o ano da morte de Mário de Andrade. A perda é precedida por um pesadelo de Vinicius, em que amigos morriam em um acidente de avião. Essa história deixa marcas no poeta e viram versos famosos em “A manhã do morto”, poema dedicado ao seu grande amigo paulista.
    • Como se o pesadelo fosse uma premonição, Vinicius escapa da morte em um acidente de avião. No dia 2 de novembro embarca com os amigos Aníbal Machado e Moacir Werneck de Castro no hidroavião francês Leonel de Marnier em um voo com convidados para Buenos Aires. Apesar do grave desastre (com uma vítima fatal), Vinicius e os amigos retornam ilesos ao Rio de Janeiro.
    • Ano do I Congresso Brasileiro de Escritores. O evento, ocorrido em São Paulo, marca a posição política democrática da classe no pós-Segunda Guerra. Vinicius terá participação ativa nos debates do período.

      Colabora para o jornal Diretrizes, na época dirigido por Samuel Wainer.
    • Durante o ano, tem um breve relacionamento – e um casamento escondido – com Regina Pederneiras, arquivista do Itamaraty. A relação termina no ano seguinte e Vinicius reata com Tati.
  • 1944

    • Trabalha nos serviços burocráticos do Itamaraty e, ao mesmo tempo, segue a carreira jornalística ao dirigir o até então revolucionário suplemento literário de O Jornal. Sua atuação será marcante pelo time de colabores que reúne, muitos deles futuros grandes nomes ainda inéditos para o público.
    • Entre amigos e apostas, estavam as colunas assinadas de Oscar Niemeyer, Pedro Nava, Marcelo Garcia, Francisco de Sá Pires, Carlos Leão e Lúcio Rangel, além dos desenhos de Carlos Scliar, Alfredo Ceschiatti, Athos Bulcão e Eros Martin Gonçalves. Vinicius também dá oportunidade de trabalho no Suplemento para Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva, importante casal de pintores europeus exilados no Rio de Janeiro por causa da Segunda Guerra Mundial que assolava a Europa.
  • 1943

    • Publica novamente pela editora Irmãos Pongetti o quinto livro, Cinco elegias, dessa vez com a colaboração luxuosa e decisiva dos amigos Manuel Bandeira (que, além de ser um dos que financiam o volume, colabora com o projeto gráfico), Aníbal Machado e Otávio de Faria.
    • Este último, com José Arthur da Frota Moreira e Mario Vieira de Mello, ganham a dedicatória do poeta na abertura do livro. Era uma deferência aos amigos de juventude, parte de uma época cada vez mais distante em um período de mudanças na vida de Vinicius. O livro é bem recebido como a obra que aponta para uma maturidade do poeta e do homem, agora com 30 anos.
    • Passa no concurso do Itamaraty e ingressa na carreira diplomática, função que ocupará até 1968, quando é cassado pelo regime militar.
  • 1942

    • Nasce o segundo filho (e único homem), Pedro.

      Após ser reprovado na primeira tentativa de ingressar na carreira diplomática, passa a estudar com o amigo Lauro Escorel para uma nova tentativa que, dessa vez, será bem-sucedida.
    • Circulando em diferentes e famosos pontos de encontro cariocas da época, amplia seu círculo de amizades intelectuais e afetivas. Frequenta simultaneamente as famosas domingueiras na casa de Aníbal Machado, em Ipanema. Ali fica próximo de Di Cavalcanti, Cícero Dias e Guignard, entre outros. Frequenta as mesas do Amarelinho, na Cinelândia e a famosa “roda literária” do Café Vermelhinho, na Rua Araújo Porto Alegre, ambos no centro do Rio de Janeiro.
    • Por essa roda, iniciada por Vinicius e seus grandes amigos Rubem Braga e Moacir Werneck de Castro, passaram escritores, arquitetos, artistas plásticos, músicos e jornalistas como João Cabral de Melo Neto, Eneida, Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Afonso Eduardo Reidy, Santa Rosa, Iberê Camargo, Pancetti, Djanira, Bruno Giorgi, Aracy de Almeida e Jorge Moreira. Esse roteiro intelectual-boêmio do Rio incluía também bares como o Zepellin, em Ipanema, e o Alcazar, em Copacabana.
    • No campo da crítica cinematográfica, Vinicius participa, entre maio e agosto, de um intenso debate público com Ribeiro Couto, sobre a polêmica entre o cinema mudo (no seu fim) versus o cinema falado (em plena ascensão). O debate arregimentou em sua coluna intelectuais e populares. Vinicius toma partido aberto pelo tradicional cinema mudo (que defendia desde os tempos do Chaplin Club) e já nessa época tem contatos com Orson Welles.
    • Faz duas viagens que ampliam sua perspectiva sobre a literatura brasileira e o próprio país. Na primeira, o então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitscheck, convida o poeta a chefiar uma caravana de escritores brasileiros em visita à cidade. É nessa oportunidade que conhece o quarteto mineiro que, anos mais tarde, habitaria em peso os bares de Ipanema e do Leblon, e se tornaria amigo de Vinicius por toda a vida: Otto Lara Resende, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Hélio Pellegrino.
    • Conhece o poeta norte-americano Waldo Frank e com ele frequenta bares e favelas no Rio de Janeiro. Em uma dessas incursões, no Morro do Pinto, teve a primeira ideia para escrever o seu Orfeu da Conceição. Os dois também fazem uma longa viagem pelo Nordeste brasileiro. Nesta viagem, além de ter um contato definitivo com a pobreza e a miséria do homem brasileiro, muda sua visão política - de até então um simpatizante do integralismo, volta-se para o campo da esquerda.
    • Conhece, em Recife, outro amigo que seria importante para o resto da vida: João Cabral de Melo Neto.

      Inicia amizade com a escritora argentina Maria Rosa Oliver e com a poetisa chilena Gabriela Mistral.
    • Frequenta dois refúgios da cidade grande: as casas de Carlos Leão no Morro do Cavalão, em Niterói – onde começa a escrever o Orfeu da Conceição – e a casa das amigas Elizabeth Bishop e Lota Macedo Soares, em Samambaia.
  • 1941

    • Sem emprego fixo, estudando para ingressar na carreira diplomática através do concurso para o Itamaraty, faz o caminho natural dos escritores de sua geração (e de muitas outras no Brasil) ao começar a trabalhar como crítico cinematográfico no jornal A Manhã, dirigido por Múcio Leão e Cassiano Ricardo. Sua participação como crítico foi fundamental para o cinema brasileiro que, nessa época, renovava sua crítica com nomes como o próprio Vinicius e, em São Paulo, Paulo Emilio Sales Gomes.
    • Colabora também para o Suplemento Literário do mesmo jornal, ao lado de autores e amigos como Manuel Bandeira, Cecilia Meirelles, Ribeiro Couto e Afonso Arinos de Mello Franco.
  • 1940

    Volta ao Rio de Janeiro e vai morar com Tati em um apartamento na Rua das Acácias, na Gávea. É lá que nasce a primeira filha, Susana. Logo depois, a família se instala numa casa na esquina da Rua Carlos Góes e Avenida General San Martin, no Leblon.

    Passa uma longa temporada em São Paulo, se aproximando de Mário de Andrade e do grupo de jovens intelectuais que fundariam no ano seguinte a revista Clima, como Antonio Candido e Paulo Emílio de Salles Gomes.

  • 1939

    Com a Segunda Guerra Mundial, retorna ao Brasil por Portugal. Acompanhado de Tati, passa um período em Lisboa, em companhia de Oswald de Andrade, amigo de sua mulher e a quem conhece naquela ocasião.

    Em Estoril, aguardando a partida do navio de volta ao Brasil, escreve o “Soneto de fidelidade”.

  • 1938

    • Publica pela concorrida editora José Olympio os Novos poemas, seu quarto livro. A maturação formal e temática de seus versos fazem com que a poesia de Vinicius se consolide como uma das principais da chamada “Geração de 30”. Contemporâneos e nomes já de peso como Mário de Andrade (a quem o poeta dedica o poema “A máscara da noite”) elogiam publicamente o livro.
    • Estreita a amizade com Carlos Leão. É através do arquiteto, artista e na época sócio de Lucio Costa, que Vinicius conhece Candido Portinari e boa parte do grupo ao redor do arquiteto francês Le Corbusier e durante a construção do Edifício Gustavo Capanema, antiga sede do Ministério da Educação e Cultura. É ainda através de Leão que conhece a sua futura primeira mulher, Beatriz Azevedo e Mello. Conhecida como Tati, ela inicia rapidamente um relacionamento com o poeta.
    • Ganha uma bolsa do Conselho Britânico para estudar literatura inglesa no Magdalen College da Universidade de Oxford. Vinicius parte em agosto para a Inglaterra e se casa com Tati por procuração no ano seguinte. A mulher mora em Londres, no bairro de Chelsea, e Vinicius vive entre as duas cidades.

      Escreve um dos seus poemas mais famosos, o “Soneto da separação”, a bordo do navio Highland Patriot, a caminho da Inglaterra.
    • Durante esse período de isolamento, aprofunda as leituras e a escrita, com interesse especial pela técnica do soneto e pela obra poética de William Shakespeare.

      Trabalha como assistente do programa brasileiro da BBC.

      Através do amigo e editor Augusto Frederico Schmidt, conhece o poeta e músico Jayme Ovalle, cuja amizade causará grande impacto na sua vida e obra.
  • 1936

    • Novamente pela editora Irmãos Pongetti, Vinicius lança o terceiro livro, uma separata que traz o longo e único poema intitulado Ariana, a mulher.
    • Iniciando o que viria a ser um dos principais traços de sua vida e obra, torna-se frequentador assíduo das rodas literárias e boêmias do Rio de Janeiro. Em uma delas, na casa de Afrânio de Mello Franco, conhece o poeta Manuel Bandeira, que ficou seu amigo para o resto da vida. Já tem no círculo de amigos nomes como Murilo Mendes, Carlos Leão, Pedro Nava, Lucio Costa e Carlos Drummond de Andrade.
    • Como substituto de Prudente de Morais Neto, exerce por breve período o cargo de representante do Ministério da Educação junto à Censura Cinematográfica Federal.
  • 1935

    Publica pela editora Irmãos Pongetti seu segundo livro, Forma e exegese. Com o destacado avanço em relação ao primeiro livro, é reconhecido pela crítica e ganha o prestigioso prêmio Filipe d’Oliveira. O livro recebe, na época, comentários positivos de Manuel Bandeira.

  • 1933

    Forma-se em Direito e termina o curso no CPOR.

    Estimulado pelo escritor Otávio de Faria consegue publicar pela Schmidt Editora (de propriedade do poeta Augusto Frederico Schmidt) seu primeiro livro de poemas: O caminho para a distância.

  • 1932

    Publica pela primeira vez um poema de sua autoria na revista A Ordem, edição de outubro. A publicação, editada pelo intelectual católico e crítico literário Tristão de Athayde, apresenta um jovem e conservador Vinicius, com um poema bíblico de 152 versos intitulado “A transfiguração da montanha”.

    Os irmãos Tapajós gravam “Loura e morena” e “Canção da noite”, composta quatro anos antes com Vinicius.

  • 1931

    Entra para o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR). Nunca participaria, porém, da vida militar.

  • 1930

    Com apenas 17 anos e seguindo o caminho natural de muitos jovens que aspiravam as letras, entra na Faculdade de Direito da Rua do Catete, no Rio de Janeiro. Lá, conhece um grupo de intelectuais que marcaria definitivamente sua vida. No Caju, o Centro Acadêmico de Estudos Jurídicos e Sociais, Vinicius convive com mestres como Otávio de Faria e San Thiago Dantas, além de companheiros como Américo Lacombe, Hélio Viana, Plinio Doyle, Chermont de Miranda e Antonio Galloti.

  • 1929

    Torna-se Bacharel em Letras pelo Colégio Santo Inácio.

    Depois de passar sete anos entre Botafogo e Ilha do Governador, muda-se mais uma vez com a família: volta ao Jardim Botânico. Instalam-se na Rua Lopes Quintas, em uma casa contígua àquela em que Vinicius nascera.

  • 1928

    • Compõe as primeiras canções. Com Haroldo Tapajós faz “Loura ou Morena” e, com Paulo Tapajós, “Canção da noite” (um "fox-trot brasileiro" e uma "berceuse", segundo a definição do próprio Vinicius).
    • Ano em que é fundado por Otavio de Farias, Plínio Sussekind Rocha, Almir de Castro e Claudio Mello o Cineclube Chaplin Club. O grupo, que Vinicius conhece em 1930, no último ano de suas atividades e da publicação da revista O Fan, causa grande impacto nas ideias do poeta sobre cinema.
  • 1927

    Através da amizade com os irmãos Paulo, Haroldo e Oswaldo Tapajós, compõe as primeiras canções.

    Com amigos do Santo Inácio, forma um pequeno conjunto musical para tocar em festinhas. Além de Paulo e Haroldo Tapajós, também faziam parte colegas como Maurício Joppert e Moacir Veloso Cardoso de Oliveira.

  • 1924

    • Início do Curso Secundário no Colégio Santo Inácio, na Rua São Clemente, que fica em Botafogo. A partir de agora, durante a semana mora com os avós paternos na Voluntários da Pátria e passa férias e fins de semana com os pais, na Ilha do Governador.
    • Participa intensamente das atividades artísticas escolares. Canta no coro da igreja, e é ator e cantor em peças infantis.

      Realiza os primeiros escritos poéticos levados a sério, ao lado de colegas de colégio como Renato Pompéia da Fonseca Guimarães, sobrinho de Raul Pompéia.
  • 1923

    Aos 10 anos, faz a primeira comunhão na Igreja da Matriz, em Botafogo.

  • 1922

    • No ano da Semana de Arte Moderna em São Paulo, do Centenário da Independência comemorado no Rio de Janeiro e do levante dos 18 do Forte de Copacabana, Vinicius já escreve os primeiros versos e poemas no colégio.
    • A família muda-se novamente para a Rua Voluntários da Pátria, nº 195. Já no fim do ano, os Moraes vão morar na Ilha do Governador, na Zona Norte da cidade. O endereço era a Praia do Cocotá nº 109-A. Essa última mudança inaugura um momento importante de aprendizado na vida do futuro poeta.
  • 1920

    No ano em que a família se muda novamente, dessa vez para a Rua Real Grandeza nº130, Vinicius é batizado na maçonaria atendendo a um desejo do avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz.

  • 1919

    Com apenas seis anos, Vinicius e a família mudam-se pela quarta vez para outro endereço em Botafogo. Passam a morar na Rua 19 de Fevereiro, nº 127.

  • 1917

    Mais uma mudança, dessa vez para a Rua da Passagem nº 100, em Botafogo. É nesse endereço que nasce seu irmão Helius.

    Entra para a Escola Primária Afrânio Peixoto, na Rua da Matriz, em Botafogo.

  • 1916

    Muda-se para a Rua Voluntários da Pátria, nº 192. É o início de uma longa relação de Vinicius e sua família com o bairro de Botafogo. Passa a morar com os pais e a irmã Lygia na casa dos avós paternos, Maria Conceição de Mello Moraes e Anthero Pereira da Silva Moraes.

  • 1913

    Nasce no dia 19 de outubro, na Rua Lopes Quintas nº114, no bairro do Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Com o nome de batismo Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes (apenas aos nove anos registra o Vinicius de Moraes), é filho de Lydia Cruz de Moraes e de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes.

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