Balada das duas mocinhas de Botafogo
Rio de Janeiro , 1935
Eram duas menininhas Filhas de boa família: Uma chamada Marina A outra chamada Marília. Os dezoito da primeira Eram brejeiros e finos Os vinte...
Balada de Di Cavalcanti
Rio de Janeiro , 2004
Nos sessenta e cinco anos do pintor mais jovem do Brasil Carioca Di Cavalcanti É com a maior emoção Que este também carioca Te traz...
Balada feroz
Rio de Janeiro , 1938
Canta uma esperança desatinada para que se enfureçam silenciosamente os cadáveres dos afogado Canta para que grasne sarcasticamente o corvo que tens pousado sobre a tua...
Balanço do filho morto
2013
Homem sentado na cadeira de balanço Sentado na cadeira de balanço Na cadeira de balanço De balanço Balanço do filho morto. Homem sentado na cadeira de...
Beleza do corpo da amiga
Rio de Janeiro , 2004
Amiga, teu corpo é como uma sombra quente Onde eu me deito para mirar a água tranqüila dos teus olhos Amiga, teus olhos são como uma água...
Carta aos puros
Rio de Janeiro , 1935
Ó vós, homens sem sol, que vos dizeis os Puros E em cujos olhos queima um lento fogo frio Vós de nervos de nylon e de músculos duros Capazes de...
De madrugada, na alta serra...
Rio de Janeiro , 2004
De madrugada, na alta serra Desencanta-se o Príncipe da Terra De madrugada, na alta serra Ouve-se a voz que aterra O canto pressago, frio como um sorriso Do...
De noite para proclamar-se minha escrava...
Rio de Janeiro , 2004
De noite para proclamar-se minha escrava E antes mesmo de tê-la, tendo-a na boca presa Era o jovem que fui, semeador de beleza Que voltava do mar a dizer, triunfal ...
Desde sempre
Rio de Janeiro , 1933
Na minha frente, no cinema escuro e silencioso Eu vejo as imagens musicalmente rítmicas Narrando a beleza suave de um drama de amor. Atrás de mim, no cinema escuro e silencioso...
Desert Hot Springs
Rio de Janeiro , 1954
Na piscina pública de Desert Hot Springs O homem, meu heroico semelhante Arrasta pelo ladrilho deformidades insolúveis. Nesta, como em outras lutas Sua grandeza reveste-se de uma...
Ela entrou como um pássaro no museu de memórias...
Rio de Janeiro , 2004
Ela entrou como um pássaro no museu de memórias E no mosaico em preto e branco pôs-se a brincar de dança. Não soube se era um anjo, seus braços...
Elegia ao primeiro amigo
Rio de Janeiro , 1943
Seguramente não sou eu Ou antes: não é o ser que eu sou, sem finalidade e sem história. É antes uma vontade indizível de te falar docemente De te lembrar...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Epitalâmio
2013
Esta manhã a casa madruguei. Havia elfos alados nos gelados Raios de sol da sala quando entrei. Sentada na cadeira de balanço Resplendente, uma fada balançava-se Numa...