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Balada de Di Cavalcanti

Rio de Janeiro , 2004

Nos sessenta e cinco anos do pintor 
mais jovem do Brasil 

Carioca Di Cavalcanti 
É com a maior emoção 
Que este também carioca 
Te traz esta saudação. 
É de todo o coração 
Poeta Di Cavalcanti 
Que este também poetante 
Te faz esta sagração. 
Amigo Di Cavalcanti 
Amigo de muito instante 
De alegria e de aflição 
Nos teus treze lustros idos 
Cinco foram bem vividos 
Bem vividos e bebidos 
Na companhia constante 
Deste também teu irmão. 
Quantos amigos já idos! 
Quantos ainda partirão! 
Mestre pintor Emiliano 
Augusto Cavalcanti 
De Albuquerque: ou melhor Di 
Um ano segue a outro ano 
Diz o vulgo por aí 
E daí? se mais humano 
Fica um homem (igual a ti!) 
Mesmo entrando pelo cano? 
Se pode dizer: vivi!? 
Viveste, Di Cavalcanti 
Foste amigo e foste amante 
Não há outro igual a ti 
Juntos bebemos champagne 
Uísque, vinho, parati 
Juntos rimos e choramos 
No México e em Paris 
Juntos tivemos e amamos 
Mulheres daqui e dali 
Maria... quantas Marias... 
(Fiquei mesmo por aí.) 
Que bom seria, Emiliano 
Se Ovalle estivesse aqui! 
Que bom seria se Noemia 
Braço dado 
(Vê minha mão como treme... ) 
Viesse abraçar-te, Di!