Amor, escuta um segredo...
Rio de Janeiro , 2004
Amor, escuta um segredo Tua pele é lisa, lisa Minha palma que a analisa Não tem medo: fica nua. Fica de tal modo nua Que eu, ante tanto...
Anfiguri
Rio de Janeiro , 1957
Aquilo que eu ouso Não é o que quero Eu quero o repouso Do que não espero. Não quero o que tenho Pelo que custou Não sei de onde venho Sei para onde...
Ânsia
Rio de Janeiro , 2004
Na treva que se fez em torno a mim Eu vi a carne. Eu senti a carne que me afogava o peito E me trazia à boca o beijo maldito. Eu gritei. De horror eu gritei que a...
Ânsia
Rio de Janeiro , 1933
Na treva que se fez em torno a mim Eu vi a carne. Eu senti a carne que me afogava o peito E me trazia à boca o beijo maldito. Eu gritei. De horror eu gritei que a...
Antiode à tristeza
Montevidéu , 1962
Ó enfermeira sem som do olhar sem cor Que refletida ao último infinito Pela lúcida insânia dos espelhos Passeias pelo imenso corredor Desta...
Ao sono que vence-o...
Rio de Janeiro , 2004
Ao sono que vence-o Quando a noite cai Num canto da sala Dormindo em silêncio Repousa meu pai E eu me deixo a vê-lo Sossegado, até ...
Ária para assovio
Rio de Janeiro , 1938
Inelutavelmente tu Rosa sobre o passeio Branca! e a melancolia Na tarde do seio As cássias escorrem Seu ouro a teus pés Conheço o...
Ariana, a mulher
Rio de Janeiro , 1936
Quando, aquela noite, na sala deserta daquela casa cheia da montanha em torno O tempo convergiu para a morte e houve uma cessação estranha seguida de um debruçar do instante para o...
As abelhas
Rio de Janeiro , 1970
A aaaaaaabelha-mestra E aaaaaaas abelhinhas Estão toooooooodas prontinhas Pra iiiiiiir para a festa. Num zune que zune Lá vão pro jardim Brincar com a cravina Valsar...
As borboletas
Rio de Janeiro , 1970
Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas. Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas...
As mulheres ocas
Rio de Janeiro , 1962
Headpiece filled with siraw T.S. Eliot, "The Hollow Men" Nós somos as inorgânicas Frias estátuas de talco Com hálito de...
As procelárias
Rio de Janeiro , 2004
De minha velha torre eu acompanho cada ano as aves que fogem dos climas atrozes Lentas aves cuja multidão de asas batendo deixa a tempestade boiar sobre os verdes oceanos dos...
Aurora, com movimento
rio de Janeiro , 1954
(Posto 3) A linha móvel do horizonte Atira para cima o sol em diabolô Os ventos de longe Agitam docemente os cabelos da rocha Passam em fachos o primeiro automóvel, a...
Ausência
Rio de Janeiro , 1935
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua...
Azul e branco
Rio de Janeiro , 1946
Concha e cavalo-marinho Mote de Pedro Nava I Massas geométricas Em pautas de música Plástica e silêncio Do...