voltarPoesias

Bem pobre sou, ó homem de Deus, herói, mártir, santo...

Rio de Janeiro , 2004

Bem pobre sou, ó homem de Deus, herói, mártir, santo 
Sou o eterno pensamento de David sobre o leito púrpura de Urias. 

Sou um escravo! tenho o lar e tenho o mar - e nada tenho! 
Tenho a poesia... tenho-a? ai de mim! nem lágrimas, talvez. 

Meu são Francisco da face crispada! acolhe o teu servo humano 
Acolhe o que não te compreende e que vai escrevendo a sua mágoa! 

Tu! os joelhos esmagando as cidades, as mãos sobre himalaias; o rosto mergulhado na névoa infinita! 
E nos teus pés a miséria, no teu coração a tempestade, na tua face a contemplação.