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COMO DIZIA O POETA
RGE, 1971
Produção Artística: Toquinho
Cola de reproducción letra/canción
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1 - Tarde em Itapoã (COMO DIZIA O POETA)
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2 - Como dizia o poeta (COMO DIZIA O POETA)
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3 - Tomara (COMO DIZIA O POETA)
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4 - Valsa para o ausente (COMO DIZIA O POETA)
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5 - Samba de Gésse (COMO DIZIA O POETA)
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6 - A tonga da mironga do kabuletê (COMO DIZIA O POETA)
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7 - A bênção, Bahia (COMO DIZIA O POETA)
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8 - Mais um adeus (COMO DIZIA O POETA)
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9 - A vez do dombe (COMO DIZIA O POETA)
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10 - O grande apelo (COMO DIZIA O POETA)
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11 - samba da rosa (COMO DIZIA O POETA)
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12 - Melancia e coco verde (COMO DIZIA O POETA)
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Tarde em Itapoã
Vinicius de Moraes, Toquinho
Um velho calção de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco
É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar
É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã
É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã
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Como dizia o poeta
Vinicius de Moraes, Toquinho
Quem já passou
Por esta vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá
Pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou
Pra quem sofreu, ai
Quem nunca curtiu uma paixão
Nunca vai ter nada, não
Não há mal pior
Do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa
É melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir?
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração
Esse não vai ter perdão
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Tomara
Vinicius de Moraes
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
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Valsa para o ausente
Vinicius de Moraes, Marília Medalha
Procura ouvir
A minha voz
Na tua solidão
Procura ver
Meu corpo a sós
Arder na escuridão
Procura, amor
Em tua dor
Sentir o pranto meu
Aqui estou eu
A te esperar
Com tudo que foi teu
Não tardes mais
Que as tardes más
Já vão anoitecer -
Samba de Gésse
Vinicius de Moraes
Até parece
Que eu conhecia sempre você
Que me aparece
Quando eu não via jeito de ser
A gente esquece
Que a gente muda de bem-querer
Ah, se eu pudesse
Tinha esperado só por você
Quando amanhece
Eu ao meu lado vejo você
Eu digo em prece
Que a vida é linda como você
Eu que era louco
Eu que era triste
Deixei de ser
Até parece
Que só existe eu e você
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A tonga da mironga do kabuletê
Vinicius de Moraes, Toquinho
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
Eu caio de bossa
Eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa
Xingando em nagô
Você que lê e não sabe
Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe
Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Na tonga da mironga do kabuletê
Você que fuma e não traga
E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga
Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê
Pra tonga da mironga do kabuletê
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A bênção, Bahia
Toquinho
Olorô, Bahia
Nós viemos pedir sua bênção, saravá!
Hepa hê, meu guia
Nós viemos dormir no colinho de Iemanjá!
Nanã Borokô fazer um Bulandê
Efó, caruru e aluá
Pimenta bastante pra fazer sofrer
Bastante mulata para amar
Fazer juntó
Meu guia, hê
Seu guia, hê
Bahia!
Saravá, senhora
Nossa mãe foi-se embora pra sempre do Afojá
A rainha agora
É Oxum, é a mãe Menininha do Gantois
Pedir à mãe Olga do Alakêto, hê
Chamar Inhansã para dançar
Xangô, rei Xangô, Kabueci-elê
Meu pai! Oxalá, hepa babá!
A bênção, mãe
Senhora mãe
Menina mãe
Rainha!
Olorô, Bahia
Nós viemos pedir sua bênção, saravá!
Hepa hê, meu guia
Nós viemos dormir no colinho de Iemanjá!
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Mais um adeus
Vinicius de Moraes, Toquinho
Mais um adeus
Uma separação
Outra vez, solidão
Outra vez, sofrimento
Mais um adeus
Que não pode esperar
O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar
Contraponto
Olha, benzinho, cuidado
Com o seu resfriado
Não pegue sereno
Não tome gelado
O gim é um veneno
Cuidado, benzinho
Não beba demais
Se guarde para mim
A ausência é um sofrimento
E se tiver um momento
Me escreva um carinho
E mande o dinheiro
Pro apartamento
Porque o vencimento
Não é como eu:
Não pode esperar
O amor é uma agonia
Vem de noite, vai de dia
É uma alegria
E de repente
Uma vontade de chorar
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A vez do dombe
Vinicius de Moraes, Toquinho
Primeiro foi a rumba cubana
Depois o mambo veio de lá
Quanta alegria nos deu Havana
Com o chá-chá-chá
Depois chegou a vez do calipso
O rei mestiço de Trinidad
E do merengue cheio de dengue:
Dominicana! Dominicana!
E logo o samba pediu passagem
Evoluiu e disse: "Alto lá!
Olha o que eu trago nessa viagem"
E balançou a bossa nova
Mas é agora a hora do dombe
Esse menino cheio de plá
África na América
A rumba, o merengue e o chá-chá-chá
Mambo, samba e dombe
É o dombe que chega na hora H
Pegue e dance o dombe
É o dombe que veio pra ficar
Ritmo candombe
É o dombe que vem da Argentina -
O grande apelo
Vinicius de Moraes, Marília Medalha
Uma tarde na Bahia, amor
Perdi a minha paz
A saudade que eu sentia, amor
Doía, amor, demais
Mas o vento em meus cabelos
Era um lamento
Cheio de apelos
E no vento eu pressentia, amor
Que eu ia, amor, amar
Ao sol, no mar, no mar
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Samba da rosa
Vinicius de Moraes, Toquinho
Rosa pra se ver
Pra se admirar
Rosa pra crescer
Rosa pra brotar
Rosa pra viver
Rosa pra se amar
Rosa pra colher
E despetalar
Rosa pra dormir
Rosa pra acordar
Rosa pra sorrir
Rosa pra chorar
Rosa pra partir
Rosa pra ficar
E se ter mais uma rosa mulher
É primavera
É a rosa em botão
Ai, quem me dera
Uma rosa no coração
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Melancia e coco verde
Vinicius de Moraes
Melancia é fruta verde e dá botão
Coco verde é fruta dura e cai no chão
Menina, case comigo
Que eu sou bom trabalhador
De dia durmo consigo
De noite morro de amor
Para consigo morar
Eu vou querer a enfeitar
Com os cardumes do céu
Com as estrelas do mar
Menina venha comigo
Consigo eu juro que vou
Me siga para onde eu sigo
Me siga para onde eu for
Para consigo morar
Eu vou querer lhe ofertar
A minha vida no céu
A minha morte no mar
Menina, minha senhora
É hora de se mudar
A vida me faz voltar
Eu na sua companhia
Sigo pr'onde for
Corpo cheio de vontade
Coração em flor
Quero ser minha senhora
Para meu senhor
Coco verde e melancia
Para sempre amor
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