Poesia
Vinicius ocupa um lugar singular na história da poesia brasileira. Um dos principais nomes da geração que surge na década de 1930, período logo posterior ao Modernismo, sua poesia de escrita límpida e de linguagem fluida arrebatou em pouco tempo seus contemporâneos.
Após seus primeiros livros, Vinicius permaneceu como um dos principais poetas do Brasil, publicando com frequência até a década de 1950. A partir desse momento, sua produção editorial fica mais esparsa, e ele desloca sua poesia de prosódia perfeita e subjetividade intensa para a letra de música popular. Ao atuar intensamente como compositor, Vinicius articula de forma inédita e definitiva a alta qualidade poética de seus versos à renovação da produção musical brasileira do seu tempo.
A poesia de Vinicius se tornou, a partir de então, uma espécie de fusão entre sua vasta cultura literária e a aplicação direta de sua poética pessoal em versos que tornaram-se ditos populares ou odes pessoais decalcadas na vida dos seus leitores. Ao longo do tempo, essa poesia de todos desloca-se do espaço metafísico e místico de seus primeiros livros para a incorporação lírica do mundo e de seus aspectos mais impactantes.
A violência; a guerra; a pobreza; o amor perdido, traído, conquistado ou consumido; a balbúrdia das cidades e a placidez dos campos; a morte; a natureza; a solidão; as amizades; o Rio de Janeiro; o cinema; as artes plásticas e a própria poesia foram musas permanentes em sua escrita. O uso alternado entre formas fixas, como o soneto, e o verso livre não atrapalhou em nada a leitura de sua obra e a popularidade crescente entre o grande público.