A bomba atômica I
rio de Janeiro , 1954
e = mc2 Einstein Deusa, visão dos céus que me domina … tu que és mulher e nada mais! (Deusa, valsa carioca.) Dos céus descendo Meu...
A um passarinho
Rio de Janeiro , 1946
Para que vieste Na minha janela Meter o nariz? Se foi por um verso Não sou mais poeta Ando tão feliz! Se é para uma prosa ...
Contemplações do poeta ao cair da noite
Rio de Janeiro , 1962
Ainda há pouco, a reler a página admirável de frei Luís de Sousa, cujo título, possivelmente dado pelos antologistas Álvaro Lins e Aurélio Buarque de...
Elegia desesperada
Oxford , 1943
Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra — alguém; alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam As aves do céu!...
Elegia lírica
Itatiaia-RJ , 1943
Um dia, tendo ouvido bruscamente o apelo da amiga desconhecida Pus-me a descer contente pela estrada branca do sul E em vão eram tristes os rios e torvas as águas Nos...
Elegia quase uma ode
Itatiaia-RJ , 1943
Meu sonho, eu te perdi; tornei-me em homem. O verso que mergulha o fundo de minha alma É simples e fatal, mas não traz carícia... Lembra-me de ti, poesia...
Minha mãe, diz a santa Teresa que quando eu morrer...
Rio de Janeiro , 2004
Minha mãe, diz a santa Teresa que quando eu morrer Eu quero ir para o céu. Fala com são Francisco também, providencia Conta minha infância, quando...
O amor dos homens
Paris , 1962
Na árvore em frente Eu terei mandado instalar um alto-falante com que os passarinhos Amplifiquem seus alegres cantos para o teu lânguido despertar. Acordarás...
O elefantinho
Rio de Janeiro , 1970
Onde vais, elefantinho Correndo pelo caminho Assim tão desconsolado? Andas perdido, bichinho Espetaste o pé no espinho Que sentes, pobre coitado? — Estou com um medo...
O gato
Rio de Janeiro , 1970
Com um lindo salto Lesto e seguro O gato passa Do chão ao muro Logo mudando De opinião Passa de novo Do muro ao chão E pega corre Bem de mansinho Atrás de...
O poeta e a rosa
Rio de Janeiro , 1962
( E com direito a passarinho) Ao ver uma rosa branca O poeta disse: Que linda! Cantarei sua beleza Como ninguém nunca ainda! Qual não é...
Otávio
Rio de Janeiro , 2004
Torce a boca, olha as coisas abstrato Percorre da varanda os quatro cantos E tirando do corpo um carrapato Imagina o romance mil e tantos... Logo após olha o...
Poema para todas as mulheres
Rio de Janeiro , 1938
No teu branco seio eu choro. Minhas lágrimas descem pelo teu ventre E se embebedam do perfume do teu sexo. Mulher, que máquina és, que só me tens desesperado Confuso,...
Poesia 1
Rio de Janeiro , 1979
Elegia desesperada Oxford Alguém que me falasse do mistério do Amor Na sombra - alguém! alguém que me mentisse Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto...
Pressentimento
Rio de Janeiro , 2004
Deixa dormir na tua porta o sono, poeta apascentado pela Lua Seus seios bebem teu sangue para alimentar os anjos Ouve as flores, sente como as suas minúsculas tetas de perfume ...