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Valsa do bordel

Rio de Janeiro , 2004

Longas piteiras 
Perfumes no ar 
Roxas olheiras 
Em torno do olhar 

Que brincadeira 
Fazer profissão 
Da mais antiga e 
Mais sem solução 

Discos franceses 
Tão sentimentais 
Velhos fregueses 
Com taras iguais 

Ah, quem me dera voltar para trás 
Sem sentir mais tanta solidão 
E, de repente, entre tanto cliente 
Lá chega o gostosão 
E, incontinênti, abre conta corrente 
Em nosso coração 

A gente apanha 
Mas sente prazer 
Dá o que ganha 

E o que se vai fazer? 
Ele é a paixão, todo resto é saber 
Vender um pouco de ilusão 

E um dia assim 
Como quem faz porque acontece 
Num abraço ela me desse 
A esperança de poder dizer-lhe adeus