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Soneto do maior amor

Oxford , 1938

Maior amor nem mais estranho existe 
Que o meu, que não sossega a coisa amada 
E quando a sente alegre, fica triste 
E se a vê descontente, dá risada. 

E que só fica em paz se lhe resiste 
O amado coração, e que se agrada 
Mais da eterna aventura em que persiste 
Que de uma vida mal-aventurada. 

Louco amor meu, que quando toca, fere 
E quando fere vibra, mas prefere 
Ferir a fenecer - e vive a esmo 

Fiel à sua lei de cada instante 
Desassombrado, doido, delirante 
Numa paixão de tudo e de si mesmo.

Oxford, 1938

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