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Soneto de véspera

Oxford , 1939

Quando chegares e eu te vir chorando 
De tanto te esperar, que te direi? 
E da angústia de amar-te, te esperando 
Reencontrada, como te amarei? 

Que beijo teu de lágrimas terei 
Para esquecer o que vivi lembrando 
E que farei da antiga mágoa quando 
Não puder te dizer por que chorei? 

Como ocultar a sombra em mim suspensa 
Pelo martírio da memória imensa 
Que a distância criou - fria de vida 

Imagem tua que eu compus serena 
Atenta ao meu apelo e à minha pena 
E que quisera nunca mais perdida...

Oxford, 1939

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