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Medo de amar

Rio de Janeiro , 2004

Petrópolis
O céu está parado, não conta nenhum segredo 
A estrada está parada, não leva a nenhum lugar 
A areia do tempo escorre de entre meus dedos 
        Ai que medo de amar! 

O sol põe em relevo todas as coisas que não pensam 
Entre elas e eu, que imenso abismo secular... 
As pessoas passam, não ouvem os gritos do meu silêncio 
        Ai que medo de amar! 

Uma mulher me olha, em seu olhar há tanto enlevo 
Tanta promessa de amor, tanto carinho para dar 
Eu me ponho a soluçar por dentro, meu rosto está seco 
Ai que medo de amar! 

Dão-me uma rosa, aspiro fundo em seu recesso 
E parto a cantar canções, sou um patético jogral 
Mas viver me dói tanto! e eu hesito, estremeço... 
        Ai que medo de amar! 

E assim me encontro: entro em crepúsculo, entardeço 
Sou como a última sombra se estendendo sobre o mar 
Ah, amor, meu tormento!... como por ti padeço... 
        Ai que medo de amar!

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