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Redondilhas para Tati

Rio de Janeiro , 2004

Sem ti vivo triste e só 
(Bastasse o que já sofri... ) 
Sem ti sou ermo, sou pó 
Sou tristeza por aí... 
Sem ti... ah, dizer-te a ti! 
Mas se me cerra o gogó 
Como se tivesse aqui 
Um naco de pão-de-ló! 
Sem ti sou pena de Jó 
Sou ovo de juriti 
Sem ti sou carandaí 
Tamandaré, Mossoró 
Sem ti sou um qüiproquó 
Um oh, um charivari 
Sem ti, sou de fazer dó 
Sou de fazer dó-ré-mi 
Meu benzinho de totó 
Meu amor de tatuí. 
Mas sou forte não reclamo 
Sou bravo como Peri 
- Não, mulher, já não te amo! 
(É brincadeira, hem, Tati... ) 
Tati, Tatuca, Tatica 
Onde ficou minha tática 
Perdi toda a velha prática... 
Esta vida é uma titica. 
Ah, garota, francamente 
Nem sei mais o que pensar 
És tu que estás tão presente 
Ou eu que fui me casar? 
Não posso, Tati, te juro 
Não posso viver sem ti 
Tu és meu cantinho escuro 
Meu verso por descobrir 
És meu eterno oxalá 
Em terra de alibibi 
És meu trecho de Zola 
Repassado por Delly 
És Totonha, Tatiana 
Tereza, e nunca Tati 
És extrato de lavanda 
Rotulado por Coty 
Beatriz?... mas quem és tu 
Para Dante abandonar? 
Sereis um merci bocu 
De praga de pai Exu 
Para cima de moá? 

Não! Tu és como o penedo 
E eu... como a onda do mar 
És a sombra do arvoredo 
E eu... pastor a descansar 
Sou o ouvido, és o segredo 
És a luta, eu sou a paz 
És Beatriz Azevedo 
E eu Vinicius de Moraes.

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