Amor
Rio de Janeiro , 2004
Vamos brincar, amor? vamos jogar peteca Vamos atrapalhar os outros, amor, vamos sair correndo Vamos subir no elevador, vamos sofrer calmamente e sem precipitação? ...
Amor nos três pavimentos
Rio de Janeiro , 1938
Eu não sei tocar, mas se você pedir Eu toco violino fagote trombone saxofone. Eu não sei cantar, mas se você pedir Dou um beijo na lua, bebo mel himeto Pra cantar melhor....
Amor, escuta um segredo...
Rio de Janeiro , 2004
Amor, escuta um segredo Tua pele é lisa, lisa Minha palma que a analisa Não tem medo: fica nua. Fica de tal modo nua Que eu, ante tanto...
Anfiguri
Rio de Janeiro , 1957
Aquilo que eu ouso Não é o que quero Eu quero o repouso Do que não espero. Não quero o que tenho Pelo que custou Não sei de onde venho Sei para onde...
Ânsia
Rio de Janeiro , 2004
Na treva que se fez em torno a mim Eu vi a carne. Eu senti a carne que me afogava o peito E me trazia à boca o beijo maldito. Eu gritei. De horror eu gritei que a...
Ânsia
Rio de Janeiro , 1933
Na treva que se fez em torno a mim Eu vi a carne. Eu senti a carne que me afogava o peito E me trazia à boca o beijo maldito. Eu gritei. De horror eu gritei que a...
Antiode à tristeza
Montevidéu , 1962
Ó enfermeira sem som do olhar sem cor Que refletida ao último infinito Pela lúcida insânia dos espelhos Passeias pelo imenso corredor Desta...
Ao sono que vence-o...
Rio de Janeiro , 2004
Ao sono que vence-o Quando a noite cai Num canto da sala Dormindo em silêncio Repousa meu pai E eu me deixo a vê-lo Sossegado, até ...
Ária para assovio
Rio de Janeiro , 1938
Inelutavelmente tu Rosa sobre o passeio Branca! e a melancolia Na tarde do seio As cássias escorrem Seu ouro a teus pés Conheço o...
Ariana, a mulher
Rio de Janeiro , 1936
Quando, aquela noite, na sala deserta daquela casa cheia da montanha em torno O tempo convergiu para a morte e houve uma cessação estranha seguida de um debruçar do instante para o...
As abelhas
Rio de Janeiro , 1970
A aaaaaaabelha-mestra E aaaaaaas abelhinhas Estão toooooooodas prontinhas Pra iiiiiiir para a festa. Num zune que zune Lá vão pro jardim Brincar com a cravina Valsar...
As borboletas
Rio de Janeiro , 1970
Brancas Azuis Amarelas E pretas Brincam Na luz As belas Borboletas. Borboletas brancas São alegres e francas. Borboletas azuis Gostam muito de luz. As amarelinhas...
As mulheres ocas
Rio de Janeiro , 1962
Headpiece filled with siraw T.S. Eliot, "The Hollow Men" Nós somos as inorgânicas Frias estátuas de talco Com hálito de...
As procelárias
Rio de Janeiro , 2004
De minha velha torre eu acompanho cada ano as aves que fogem dos climas atrozes Lentas aves cuja multidão de asas batendo deixa a tempestade boiar sobre os verdes oceanos dos...
Aurora, com movimento
rio de Janeiro , 1954
(Posto 3) A linha móvel do horizonte Atira para cima o sol em diabolô Os ventos de longe Agitam docemente os cabelos da rocha Passam em fachos o primeiro automóvel, a...